Diretor do Centro de Excelência contra a fome, Daniel Balaban, integra discussão sobre resiliência dos sistemas alimentares

Diretor do Centro de Excelência contra a fome, Daniel Balaban, integra discussão sobre resiliência dos sistemas alimentares

06/09/2023

Para somar à ímpar programação do 4º Fórum do Agronegócio, Daniel Balaban, diretor do Centro de Excelência contra a Fome e representante do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas no Brasil, integra mesa-redonda que discute a resiliência dos sistemas alimentares. 

Sobre sua participação no evento, Balaban afirma que encontros como o Fórum têm o potencial de ser verdadeiros catalisadores para o desenvolvimento de um agronegócio sustentável. "Ele [o Fórum] proporciona um espaço de diálogo e colaboração entre diversos atores e pode influenciar na criação de incentivos para práticas mais responsáveis. Isso, por sua vez, impulsiona investimentos em pesquisa e inovação para o desenvolvimento de novas tecnologias agrícolas que minimizem os impactos negativos ao meio ambiente", destaca.

O diretor acredita que o Brasil deve ser considerado um país de riqueza cultural agrícola singular e pioneiro na busca e adoção de melhores práticas agrícolas ao redor do mundo. "Nossas condições climáticas favoráveis e vastas extensões de terra nos colocam em posição de destaque como potenciais fornecedores globais de alimentos."

Na sua visão, o país possui duas frente agrícolas únicas, que as diferem dos demais: a primeira refere-se à fronteira que corresponde a áreas inexploradas e novas, abrigando um potencial produtivo latente; a segunda diz respeito à revitalização de terras degradadas e a intensificação sustentável da produção, sobretudo através da transformação de extensas áreas de pecuária em sistemas produtivos agrícolas robustos. "O Brasil está genuinamente empenhado em unir esforços na conservação e produção agrícola simultaneamente", enfatiza Balaban.

Sistemas alimentares

Mas mesmo com condições favoráveis à produção brasileira, ele reforça que o país conta com ameaças e desafios a serem enfrentados no âmbito dos sistemas alimentares, como mudanças climáticas, perda de biodiversidade, fome e desperdício de alimentos.

Pensando no funcionamento contínuo dos sistemas alimentares e adaptação às mudanças climáticas, Daniel Balaban propõe ações integradas com foco na inclusão de pequenos produtores, oferecendo capacitação, acesso a crédito, informações e tecnologia, desenvolvimento de estratégias que incentivem a diversificação das culturas cultivadas e dos sistemas de produção, investimento em pesquisa e inovação, e colaboração multissetorial, com o objetivo de alcançar políticas mais abrangentes e soluções eficazes. 

O caminho para tornar os sistemas alimentares mais sustentáveis, segundo Balaban, é uma tarefa complexa, que requer um esforço colaborativo entre diversos setores, incluindo governo, setor privado, sociedade civil, organizações internacionais e comunidades locais, para enfrentar os desafios e garantir a resiliência e a segurança alimentar para as gerações futuras. "É preciso criar um ambiente propício à adoção de práticas sustentáveis em toda a cadeia. Isso envolve a formulação de políticas coerentes, incentivos econômicos para a produção responsável, e a promoção de parcerias público-privadas que alinhem interesses em prol do bem-estar ambiental e social", afirma. 
  
Sobre Daniel Balaban

Economista com especialização em Orçamento Público e mestre em Relações Internacionais, Daniel atua no Centro de Excelência do PMA desde 2011, um projeto das Nações Unidos com o Governo do Brasil para permitir o desenvolvimento de capacidades dos governos nacionais nas áreas de alimentação escolar, nutrição e segurança alimentar.

Ao longo de sua jornada, foi presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, atuou na criação e organização do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República e tem mais de dez anos de experiência no setor privado. É Auditor de Finanças do Tesouro Nacional e membro da Agenda de Conselheiros Globais do Fórum Econômico Mundial.

Mesa-redonda

Além de Daniel Balaban, integram a mesa-redonda Norberto Ortigara, secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná; Alexandre Novachi, diretor de Assuntos Regulatórios e Científicos da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA); Bruno Lucchi, diretor na CNA; Eduardo Brito Bastos, presidente da My Carbon; Guilherme Soria Bastos, coordenador do Centro de Agronegócio da FGV; e Marcelo Janene El-Kadre, presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP).